TL;DR: o disco rígido mecânico é o gargalo de grande parte dos computadores, especialmente notebooks. Um SSD melhora consideravelmente o desempenho geral de qualquer computador. A única desvantagem é o preço por GB. Caso o menor espaço de armazenamento te satisfaça e o preço caiba no seu bolso, é um investimento que vale muito a pena.
Você usa Windows? Se a resposta for sim, provavelmente já deve ter passado por alguma dessas situações:
- seu computador demora mais de 3 minutos pra ligar completamente (do momento que você pressiona o botão power até o acesso ao desktop ser liberado),
- você está cheio de coisa pra fazer, liga o computador e é agraciado(a) com uma belíssima mensagem informando que seu computador está sendo atualizado (e fica pelo menos uma hora ali perdendo tempo),
- você está utilizando um navegador com poucas abas abertas e do nada sua máquina começa a engasgar muito,
- suas aplicações e arquivos demoram vários minutos para abrir ou executar,
- ao procurar por algum programa na barra de pesquisa do Windows, tudo trava e os resultados só aparecem depois de alguns minutos.
Se você tem um computador com especificações razoáveis e isso acontece, saiba que a culpa pode ser dele, seu belíssimo disco rígido (ou HD, pros íntimos).
Os discos rígidos comuns fazem leitura e escrita de dados de forma mecânica. Sua velocidade máxima é limitada pela quantidade de rotações por minuto que ele consegue atingir. As velocidades mais comuns são 7200 e 5400 RPM, presente principalmente em notebooks.
Os SSDs (ou discos de estado sólido) tem a mesma funcionalidade dos HDs: armazenar dados. A diferença é que ao invés de ser um dispositivo de memória mecânico, ele utiliza memórias flash (semelhante aos pendrives) — permitindo velocidades de leitura e escrita muito maiores, consumindo menos energia.
Como os sistemas operacionais atuais fazem uso intenso do disco para várias tarefas, o impacto positivo no desempenho geral do sistema é notado de cara.
A desvantagem dos SSDs é o preço por GB. Se com pouco mais de R$200 você consegue comprar um disco rígido de 1TB, vai ter que desembolsar cerca de R$400 reais para adquirir um SSD de apenas 240GB, 1/4 da capacidade de armazenamento.
Minha experiência com SSDs
Sou desenvolvedor, e ter uma máquina capaz de executar rapidamente múltiplos navegadores e ferramentas de desenvolvimento simultaneamente é essencial. Meu notebook pessoal é um Positivo Stilo de 2015, uma máquina com cinco anos de idade.
Apesar de suas boas especificações técnicas, no fim de 2016 o computador apresentava lentidões súbitas e muito irritantes. Os sintomas? Os citados no começo nesse artigo. Não era caso de Windows “sujo” ou “poluído”… era nítido que o hardware estava mostrando sinais do tempo.
Ao investigar o que estava acontecendo, notei que o HD era o único componente que ficava sendo utilizado 100% quase o tempo todo — mesmo executando apenas Spotify ou Chrome com poucas abas abertas.
Surgiu então a oportunidade de testar o SSD HyperX da Kingstom, pelo Showmetech. Que surpresa! O computador mudou da água pro vinho durante os testes.
Os resultados: inicialização do Windows e aplicações em segundos, atualizações do sistema muito rápidas (adeus mensagens intermináveis de atualização!), pesquisa por arquivos e aplicações com resultados praticamente instantâneos e uma leve melhoria na autonomia de bateria da máquina.
A partir disso, sabia que era um caminho sem volta.
Logo depois, acabei trocando meu HD por um SSD. Foi uma das melhores coisas que fiz: computador mais rápido, mais produtividade e a economia de uma possível troca de notebook.
E para quem usa pouco, vale a pena?
Geralmente vale, mas você deve analisar alguns pontos.
Como citado, o custo por GB é alto e dificilmente um usuário médio vai querer investir mais do que R$100 em um SSD.
Há modelos de 120 GB que custam em média R$180 (inclusive é essa a capacidade do meu computador de trabalho), mas a maioria dos usuários comuns considera essa capacidade minúscula. Pela natureza de seu espaço de armazenamento reduzido, algumas pessoas podem ter resistência na migração.
Você deve levar em consideração o quanto de espaço em disco você utiliza e o tipo de conteúdo que você consome.
Se você, como eu, consome mídia via serviços de streaming como Netflix e Spotify e não costuma fazer grandes downloads, não deve ter problemas com espaço.
Se você baixa muitos filmes, músicas e jogos mas não quer abrir mão da velocidade que um SSD pode trazer à sua máquina que já tá pedindo arrego, uma boa alternativa é transformar o disco rígido antigo em um HD externo. Uma case USB 3.0 de boa qualidade custa em média 40 reais e vale muito a pena. Inclusive meu disco rígido antigo virou um HD externo extra pro videogame.
Existe também a possibilidade de se instalar o SSD lado-a-lado com o seu disco rígido atual. Para isso, basta que seu computador tenha mais de uma entrada SATA. Daí, é só deixar o SSD para o sistema operacional e programas e o disco rígido para seus arquivos.
Claro que não adianta colocar um SSD em um computador com 2GB de memória RAM e processador Pentium 4 e esperar que ele se torne um monstro. Mas para uma máquina razoavelmente recente (adquirida nos últimos 4 ou 5 anos) com configurações medianas (com 4GB de RAM, e processador i3 ou equivalente, por exemplo) a substituição vale a pena.
É bem provável que você tenha um computador bom, com o potencial limitado pela velocidade do disco rígido. Ter uma máquina que funciona sem esses gargalos é sensacional. E claro, o aumento na produtividade é a cereja no topo do bolo.
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