Em 4 de outubro de 1957 o ser humano
envia ao espaço uma bola de cerca de 80kg, cuja função principal era
emitir um “bip” captado por qualquer rádio doméstico, visando testar a
capacidade de comunicação no espaço. Cinco anos depois, o primeiro ser
humano vai ao espaço e, em 1969, a humanidade pisa em um mundo diferente
do seu.
Hoje, 55 anos depois do Sputnik, o homem envia um jipe robótico de 900kg
– um dos laboratórios mais avançados do planeta – por mais de 80
milhões de quilômetros, em uma viagem de 9 meses. O nome da missão:
Curiosidade.
Os objetivos de tanto esforço consistem em avaliar o potencial de Marte
ter abrigado vida em um passado distante, quais os níveis de radiação e o
ciclo da água no planeta, em um tempo aproximado de 1 ano e 10 meses
mas, as expectativas são de que a missão forneça dados por mais de uma
década, uma vez que o jipe possui geradores de energia elétrica e de
calor à base de plutônio.
A missão teve diversas etapas críticas, das quais o pouso foi, sem
dúvida, a mais perigosa. Páraquedas e retrofoguetes não eram suficientes
para frear um objeto de quase uma tonelada a 22 mil km/h na rarefeita
atmosfera marciana, exigindo um sistema de içagem, ou seja, um guindaste
com retrofoguetes desceu o jipe até o solo marciano. Se não bastassem
todas essas complicações, os pesquisadores e controladores ainda tinham a
agonia de esperar uma "eternidade" de 14 minutos para constatar se a
operação foi bem sucedida (o tempo que a informação leva para visjar de
Marte até a Terra).
Alguns diriam: por que tanto empenho? A
curiosidade moveu o ser humano através dos tempos e é o foguete da
Ciência. Esse é um motivo. Mas, ao compreendermos como outros mundos
funcionam, talvez entendamos mais do nosso mundo e, principalmente
entendamos como preservá-lo, reparando os erros cometidos e diminuindo a
chance de novos erros.
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